Enjoo em Carros Elétricos: Mito ou Efeito Colateral Real?

Enjoo em carros elétricos virou assunto recente nas redes e fóruns de tecnologia. Será que os veículos elétricos causam mesmo mais náuseas do que os modelos a combustão? Como alguém que tem sensibilidade ao movimento, confesso que fiquei particularmente curiosa. Afinal, embora eu não consiga ler ou mexer no celular dentro de um carro sem sentir desconforto, não notei diferença ao andar em carros elétricos — até o momento.
Por que o enjoo em carros elétricos está sendo discutido?
A discussão sobre enjoo em carros elétricos ganhou força com o aumento do uso desses veículos e os relatos de motoristas e passageiros que sentiram náuseas, tontura ou desorientação durante o uso. Mas o que está por trás disso? Estaríamos diante de um novo tipo de “motion sickness digital”? Ou seria apenas uma adaptação sensorial?
O que dizem os especialistas sobre o enjoo em carros elétricos?
A maioria dos especialistas concorda que o enjoo em carros elétricos não tem relação com a energia usada para movimentá-los, mas sim com suas características de condução. Diferente dos veículos a combustão, os elétricos oferecem:
- Aceleração instantânea, sem trocas de marcha;
- Frenagem regenerativa, que desacelera de forma abrupta;
- Rodagem silenciosa, que altera a percepção sensorial do movimento.
Esses fatores, combinados, podem alterar o equilíbrio e provocar sensação de enjoo em pessoas sensíveis ao movimento — especialmente se estiverem lendo ou focando a visão em objetos estáticos.
Existe diferença entre o motorista e o passageiro?
Sim. Em geral, os motoristas sentem menos enjoo do que passageiros, por estarem ativamente envolvidos na condução. Isso também se aplica aos carros elétricos. No entanto, quando o motorista é novato em veículos elétricos, o padrão de aceleração e frenagem pode ser mais irregular — e aí sim o enjoo aparece com mais frequência.
Leitura e celular aumentam a chance de enjoo?
Sim. Atividades como ler ou usar o celular intensificam a desconexão entre o que o olho vê e o que o corpo sente — o que pode gerar enjoo, principalmente com a frenagem regenerativa dos elétricos.
Minha experiência pessoal com carros elétricos
Por mais que eu tenha tendência a sentir enjoo em veículos (basta tentar usar o celular por alguns minutos), não percebi piora ao andar em carros elétricos. Pelo contrário: a suavidade da direção e o silêncio contribuíram para uma experiência mais tranquila.
Claro que a frenagem regenerativa causa uma sensação diferente no início, mas nada que tenha me feito sentir náuseas. Isso me leva a crer que o desconforto relatado pode estar muito mais ligado ao estilo de direção do motorista do que ao carro em si.
Carros elétricos são realmente mais silenciosos?
Sim, e isso muda bastante a percepção do movimento. Nos carros a combustão, o som do motor dá pistas sobre aceleração e velocidade. Já nos elétricos, esse “feedback sonoro” desaparece, o que pode confundir o cérebro de algumas pessoas e provocar enjoo.
O silêncio pode ser desconfortável?
Para alguns, sim. A ausência de ruído contínuo pode gerar estranheza, como se o carro estivesse flutuando. Isso, somado à frenagem regenerativa, pode causar uma leve confusão sensorial.
É possível reduzir o enjoo em carros elétricos?
Sim, com algumas estratégias práticas:
- Evite o uso de celular ou leitura em movimento;
- Peça ao motorista para evitar acelerações ou frenagens bruscas;
- Prefira sentar-se no banco da frente;
- Respire fundo e olhe para o horizonte;
- Mantenha o carro ventilado e evite odores fortes.
Existe risco de essa tecnologia ser rejeitada por isso?
Não. Os carros elétricos vieram para ficar, e os relatos de enjoo são casos isolados e muitas vezes solucionáveis com adaptação. As montadoras estão atentas e, em modelos mais avançados, já implementam ajustes finos na frenagem regenerativa para suavizar a experiência.
Modelos com menor chance de provocar enjoo?
Alguns modelos permitem configurar o nível de regeneração de energia, tornando a frenagem menos abrupta. Marcas como Tesla, BMW e BYD oferecem esse recurso, o que pode ajudar quem tem sensibilidade ao movimento.
Seriam os Campos Eletromagnéticos os Vilões Invisíveis? (Outra teoria)
Além da cinetose tradicional e da aceleração linear dos motores elétricos, alguns usuários e pesquisadores levantam uma hipótese que tem gerado debates: os carros elétricos estariam emitindo campos eletromagnéticos de baixa frequência (ELF) que podem causar desconfortos em algumas pessoas.
Segundo essa teoria, os sistemas de alta tensão e os motores elétricos gerariam um ambiente com exposição prolongada a campos eletromagnéticos sutis, que embora dentro dos limites considerados seguros, poderiam afetar indivíduos mais sensíveis.
O que dizem os estudos sobre isso?
Pesquisas sobre os efeitos dos campos eletromagnéticos (EMFs) de baixa frequência ainda são inconclusivas no contexto de veículos elétricos. A maioria dos estudos foca em torres de energia, linhas de transmissão e aparelhos domésticos, mas já se sabe que esses campos podem gerar sintomas inespecíficos em algumas pessoas, como:
- Dores de cabeça frequentes
- Fadiga mental ou física
- Desconforto ocular ou zumbido
- Sensação de pressão ou confusão
Esses sintomas são associados ao fenômeno chamado “hipersensibilidade eletromagnética” (EHS), ainda não reconhecido oficialmente como uma condição médica em muitos países, mas relatado por pacientes de forma recorrente.
Há evidências concretas nos carros elétricos?
De acordo com medições realizadas por entidades como o NIOSH e o EMF-Portal, os níveis de emissão EMF em veículos elétricos são baixos e geralmente abaixo dos limites de segurança internacionalmente aceitos (como os definidos pelo ICNIRP).
No entanto, por mais que a ciência ainda não tenha consenso, relatos subjetivos continuam aparecendo. Há quem afirme que sente mais tontura ou confusão mental ao andar por longos períodos em veículos totalmente elétricos ou híbridos.
A teoria dos campos eletromagnéticos como possível causa de enjoo em carros elétricos ainda é considerada especulativa por boa parte da comunidade científica, mas não pode ser totalmente descartada, especialmente quando levamos em conta a individualidade biológica. Se os sintomas forem persistentes, vale a pena consultar um médico e realizar testes comparativos entre diferentes modelos de veículos.
Enquanto isso, fabricantes continuam investindo em conforto sensorial, isolamento de ruído, filtros de vibração e tecnologias que possam minimizar qualquer impacto negativo à saúde ou bem-estar dos passageiros — seja físico, visual ou ambiental.
Conclusão: o enjoo não é regra, é adaptação
O enjoo em carros elétricos não deve ser visto como um obstáculo para o futuro da mobilidade. Compreendendo as causas e aplicando algumas adaptações simples, é possível ter uma experiência confortável e segura.
Como alguém que costuma ter enjoo com frequência, afirmo com segurança: vale a pena dar uma chance aos carros elétricos. A tecnologia está evoluindo não só para ser eficiente, mas também para ser cada vez mais confortável.
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Perguntas Frequentes (FAQ)
- Carros elétricos causam enjoo? — Não diretamente. O enjoo está mais relacionado a estilo de direção e sensibilidade pessoal.
- Frenagem regenerativa pode causar desconforto? — Sim, por ser mais brusca que o normal em alguns modelos.
- Existe forma de evitar o enjoo? — Sim, evitando leitura, usando o banco da frente e adaptando a direção.
- Todo mundo sente isso? — Não. A maioria das pessoas não sente diferença significativa.
- O silêncio dos elétricos pode causar estranhamento? — Em alguns casos, sim, mas a maioria se adapta rapidamente.
- É possível configurar a frenagem? — Em muitos modelos, sim — o que ajuda a suavizar a experiência.



